E logo hoje, um dia antes das festividades de fim de ano e comilanças, venho falar sobre dois distúrbios alimentares (não, criatura, isso não é um estilo de vida, isso é doença sim!) que são gravíssimos: Anorexia e Bulimia.
A anorexia caracteriza-se por uma dieta bastante rígida e de poucas calorias, conhecida como Low Food ou LF, ou nenhuma caloria, o No Food ou NF.
A bulimia consiste no ato de vomitar (ou miar, como os praticantes se referem) e eliminar toda a comida ingerida nas conhecidas compulsões, ou se utilizar de laxantes para tal fim.
Apelidadas de Annas e Mias, as garotas são a maioria neste grupo, e comumente auto denominam-se como bonecas, anjos ou borboletas, pois anseiam um padrão estético que para elas significa a perfeição.
Esses distúrbios geralmente são acompanhados do Transtorno Disfórmico Corporal, onde a pessoa se vê praticamente como um monstro e não aceita sua condição, buscando assim, tratamentos estéticos, cirúrgicos ou caindo no poço da anorexia e bulimia.
Comumente, as adeptas desse “estilo de vida”, como dizem, se espelham em modelos de passarela e algumas celebridades consideradas como ícones de perfeita beleza.
O mal em tudo isso é que os portadores dos distúrbios (homens também os possuem) perdem a noção de realidade, gravidade e bom senso de toda a situação e acabam adoecendo, pela culpa da falta de nutrientes essenciais, ou pior, acabam morrendo.
Enquanto pesquisava em alguns blogs de garotas e garotos que descrevem como vivem em meio a essa polvorosa confusa que é a Anna e Mia, percebi que há muitas garotas que já estão com baixo peso, cerca de 48kg, e pasmem, dizem que precisam desesperadamente chegar aos tão “sonhados” 32kg (!). Outras que realmente estão com sobrepeso se intitulam como “porcas nojentas”, “vadias gordas”, “monstros de gordura” e assim vai, o que demonstra evidente auto-estima baixa e depreciação da própria imagem. Fiquei extremamente triste ao saber que, ao invés de manterem um peso saudável, com um cardápio balanceado e exercícios físicos regulares, elas preferem aderir a toda essa loucura e suicídio. E, pelo que li, as meninas e meninos que sofrem de anorexia e bulimia tratam os distúrbios como se fossem companheiras e amigas inseparáveis, que estes irão torná-los lindos, magros, puros e perfeitos. Aqui vai um trecho que li em um site de depoimentos:
“Acho que a Ana tá me deixando, gente. Só a Mia ainda me acompanha, mas não quero que a Ana me deixe, eu preciso tanto dela… Volta, Ana! Volta, Ana! Você é tudo o que eu tenho…”
Viu… É humilhante, deplorável e deprimente o estado dessas pessoas.
Um dia cheguei a ter um pensamento um tanto quanto malvado, mas assim me veio a cabeça: “Cara, se essas pessoas não querem comer, que não comam, mas também, não desperdicem a comida. Não querem? Beleza. Doa a comida que tem em casa pra quem quer e precisa, porque, enquanto você tá aí, de mimimi e viadagem de ‘ai, tô gorda’, ‘ai, tô horrivel’, tem gente querendo comer e viver, enquanto você quer morrer. Aliás, quer ser linda de morrer…”
Eu sei que o pensamento é cruel, mas não tem como não pensar assim.
Sinceramente me compadeço de quem sofre com o distúrbio, mas me compadeço mais ainda com quem sofre com a fome, onde a ela não é opção, é obrigação.
Enfim, Annas e Mias que leram este post, por favor, eu peço que vocês não se ofendam, peço que se defendam, mas não de mim, defendam-se desse poço sem fundo onde vocês se meteram e que encontraram uma zona de conforto nada confortável por lá.
XoXo
Amanhã eu volto.
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